Talvez no apocalipse da minha existência, você tenha sobrevindo julgar meus vivos e meus mortos,
antes do juízo final
e tenha me dado a parca ilusão
de anjo, arcanjo, querubim...
Quem sabe é um alquimista com cheiro de jasmim
a inebriar meu olfato carente
de sonhos, de calores, de gentes,
para deitar meus sentimentos no chão?
Talvez seja do seu bel-prazer
fazer-de-conta-de-amar-e-sofrer
como quem canta uma canção infantil
na intempérie calamitosa, quase a morrer,
imaginando-se num céu febril.
Talvez sempre encontre em seu olhar a verdade
cochichando para mim pequenos segredos,
amenos segredos, mórbidos segredos, velados ou intensos segredos.
Ou confessos.
Muitos.
Ou poucos de contar nos dedos.
Mas, a cada sílaba, uma lágrima de realidade.
Duas lágrimas, três lágrimas - por favor, um lenço...
Talvez um dia me pergunte quem sou,
e eu, pálida, me sentiria frustrar.
Então era mentira essa troca de olhar?
Mas seus corações pululam, claudicam,
bússolas e sonares me indicam
que sua alma é regida pela maré -
então eu lhe perguntarei quem é.
Se um dia o seu coração levar você embora,
leva consigo um pedacinho de mim
no bolso, no pingente ou num botão,
mesmo que depois jogue fora,
enterre no jardim
ou guarde no alçapão.
Sandrasselva
VOCÊ, SANDRA, É UMA POETISA DE ALMA REFINADA.
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