quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Como vai sua Gramática?

Não sei se com vocês acontece o mesmo, mas acho que está tão difícil comprar qualquer livro hoje.
O título é chamativo e está bem dentro do que eu procuro. Então, eu vou ler a contracapa e lá encontro um erro de português. Penso: será que o autor é confiável?   





Um dia comprei um livro sobre extraterrestres - eu sou louca por esses assuntos -, mas o autor, cada vez que queria escrever “um”, colocava “1”. Lá pelas tantas, ele dizia: “Fiz 1 estudo aprofundado... 1 aluno me perguntou...Desceu 1 extraterrestre com 1 cara horrível e 2 olhos grandes.” Então eu já não prestei mais atenção no assunto, fui somando tudo o que pude, e o total foi 1.359. No fim, não acreditei no cara. Continuei na mesma, ou seja, sem saber se extraterrestres existem ou não. Sou teimosa, já deveria ter aprendido isso quando assisti ao Arquivo X, que me deixou sem respostas.
Tudo bem. Hoje todos têm liberdade de escrever e imprimir. Às vezes é até um livro bonito, o assunto muito interessante, mas o autor não sabe a própria língua. É confiável?
Falo isso porque tenho um pouco de inveja de quem consegue publicar um livro. Não consigo falar sobre um assunto durante muito tempo; quando resolvo escrever, já tenho a ideia formada e resumida.
Agora vamos pensar profundamente. O homem faz a gramática. Sim, faz a gramática. A gramática muda a cada 100 anos – digamos -, porque novidades aparecem e precisam ser nominadas. Além disso, há o fato do uso constante, por exemplo: “embaciado” ao invés de “embaçado”. Embaciado já está dicionarizado, não houve jeito de fugir dessa bacia. Mudou, ou melhor, acrescentou.
Isso acontecia antes. Agora o negócio piorou, pois a tecnologia nos trouxe tantas palavras e necessidades em termos de vocabulário, que não tivemos tempo de esperar um século, tem que ser agora. Aí “sujou”. Há uma guerra de pode e não pode.
Há também a questão dos xenófobos, que levantaram as bandeiras e não querem mais que se chame drive o compartimento de colocar a mídia (DVD, CD); querem que chame de bandeja. Quanto tempo isso vai levar para que a tua vó não te traga um lanche cada vez que tu falares em “bandeja”? Não dá tempo, entrou e ficou, e assim todo o tipo de vocabulário da mídia. Nesse derramamento de conhecimentos, tivemos que introduzir e engolir. Os bárbaros invadiram e impuseram sua cultura.
Nesse afã do saber tudo, bastando um toque digital, a língua se perdeu, e o mais grave não é ter virado abreviatura, mas ter sido escanteada definitivamente. Ninguém com menos de vinte anos hoje tem tempo de estudar Português, pois da aula saímos e entramos na Internet, e nem precisamos chegar em casa, leva-se o notebook, ou o netbook, ou o tablet, sei lá o que mais, e já se começa a “navegar” no ônibus. Aliás, o conceito de navegar se perdeu, mas de uma coisa eu tenho certeza: “Navegar é preciso, viver não é preciso” é uma frase ultramoderna, que só nerd entende. Antes da internet, só quem estudava o Clássico sabia de quem era a frase. E nos portais de comunicação, se escreve: “blz? To indo pra ksa. Onde vcs forão no findi passado (esse “passado” é um “p” com um frango assado ao lado)?”
Imaginem “forão” referindo-se ao passado! As abreviaturas eu até perdoo, porque é para escrever mais rápido, mas o erro é infernal! E mais: há quem aprendeu a escrever “findi” e não sabe a origem da palavra! Nem sabem que veio de “fim de semana”, e, se por acaso tu falares “fim de semana”, todos já sabem que você passou dos trinta. Agora escolhe: você quer ter mais de trinta ou quer ser alienado?
Se você quer ver uma enxurrada de absurdos, entre em qualquer fórum na Internet. Meu Deus! Eu nem acredito, até acho que estão brincando!
Divirtam-se com as pérolas que encontrei:
“Como faco pra baichar filmes na internete?"
“seria de doiz rapaiz eles tem a metade de 1 amoleto q quando unido em 1 transforma eles em ninjja se eu nao me engano 1 de roupa vermelha o outro azul”
E concerteza os dois devem ter gosto de quero muito mais aiiiiiiii que sonho so de me imaginar ganhando um desses”    

Gostou? Pois é. Na última reforma ortográfica, esqueceram-se de tirar o cedilha tipo: “Eu faco forca comendo macã”. Deus!
Mas a melhor anedota de todas aconteceu lá em casa.  Baixamos um filme da Internet legendado. É inacreditável, a legenda veio escrita como no MSN. Lá pelas tantas o cara dizia apaixonadamente “Vc é a mina + Lnda  c/ q já flei  Tiamu  Vmo tomar 1 kfé?” E ela respondia “tb tiamu kro t bj na kma”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Bem-Vindo tem hífen

Contador desde 26.03.2012

Olá! Estou trabalhando, pode entrar. Estou escrevendo um romance.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...